domingo, 23 de junho de 2013

Filme Cobaias (baseado no caso Tuskegee - Texto Caso Tuskegee de José Roberto Goldim



Caso Tuskegee



José Roberto Goldim

    Em 1900 o experimento de desenvolvimento da região de Tuskegee, no condado de Macon, Alabama (  região predominantemente negra do estado do Alabama/EUA. ) tem início. O Fundo Rosenwald permitiu a criação de escolas, fábricas, negócios e agricultura. O projeto é assumido por Robert Motin, em 1915, quando Booker T.  Washigton morreu.

Sífilis como problema  -> criação de CentrosPublicos para tratamento
    Durante os exames médicos realizados nas pessoas que estavam sendo recrutadas para lutar na I Guerra Mundial foi constatado que as doenças venéreas eram um importante problema de saúde pública. Com o fim da guerra, em 1918, foi criado um conselho interdepartamental, constituído pelas Secretarias, que nos Estados Unidos equivalem a ministérios, da Marinha, da Guerra e do Tesouro, especificamente para tratar de higiene social. Neste mesmo ano foi criada a Divisão de Doenças Venéreas  no Serviço de Saúde Pública Norte-Americano. Em 1919 já funcionavam mais de 202 clínicas em 30 diferentes estados, com mais de 64.000 pacientes atendidos. Com a perda do ímpeto causado pelo esforço de guerra, os recursos foram sendo gradativamente reduzidos e o programa de doenças venéreas, que tratava predominantemente sífilis, foi sendo desmontado. Em 1926 foram retirados todos os fundos federais para o tratamento de doenças venéreas.

Formas de tratamento da Sífilis até   1945  (quando foi descoberto o tratamento com penicilina)
    O tratamento disponível para a sífilis em 1929 utilizava basicamente mercúrio e bismuto. Este tratamento podia  durar meses, necessitando de não menos de 20 consultas médicas em um ano. As substâncias utilizadas no tratamento geravam muitos efeitos tóxicos, em muitos casos acarretando a morte do paciente. O índice de cura não atingia a 30%.

Pesquisa de sífilis não tratada na Noruega  (método histórico)
   Em 1929, foi publicado um estudo, realizado na Noruega, a partir de dados históricos, de mais de 2000 casos de sífilis não tratado.

Projeto de tratamento de pessoas com Sífilis  (inicio das ações em Tuskegee)
Neste mesmo ano  o Fundo Rosenwald foi procurado pelo Serviço de Saúde Pública do Governo Norte-Americano buscando recursos para sanar as dificuldades econômicas no tratamento dos pacientes com sífilis. A coordenação da divisão médica do projeto era chefiada pelo médico Michael M. Davis, um dos precursores da medicina comunitária e da economia médica, que tinha implantado um sistema de clínicas para tratamento de sífilis em Boston.  Um de seus objetivos era o de integrar profissionais de saúde negros no atendimento das doenças venéreas. Vale lembrar que naquela época existiam faculdades de medicina para formar médicos brancos e outras para médicos negros. O representante do Serviço de Saúde Pública no projeto era o Dr. Taliaferro Clark. O custo estimado para tratar uma comunidade era de US10.000,00 por ano. O Fundo Rosenwald alocou US$50.000,00 para este programa. Foram escolhidas cinco comunidades, sendo que uma delas era o condado de Macon, no Alabama, onde já ocorria o projeto Tuskegee.

Inicio da pesquisa com sífilis não tratada (1931)
    Em 1931 o Fundo Rosenwald retirou o seu suporte para o projeto de desenvolvimento, em consequência da crise econômica iniciada em 1929. Os Drs. Taliaferro Clark e Raymond A. Vondelehr decidiram acompanhar a evolução dos homens que não haviam sido tratados de sífilis, com o objetivo de levantar novos fundos para tratá-los.
    Em 1932 já haviam organizado um acompanhamento de 399 homens com sífilis e 201 sem doença. Todos estes homens eram avaliados periodicamente em suas condições físicas e era dito a eles que estavam sendo tratados.

Condições dos participantes da pesquisa  (pobreza e ignorância)
   Na região de Tuskegge eram justamente os aspectos de saúde, sendo a sífilis o maior problema da comunidade, que ocorria em 35% da população em idade fértil. Esta comunidade era predominantemente pobre, negra e rural. Estas pessoas não dispunham de US$5,00 para pagar o preço de uma consulta médica na época.
A contrapartida pela participação no projeto era o acompanhamento médico, uma refeição quente no dia dos exames e o pagamento das despesas com o funeral
. Para todos os participantes era dito que tinham "sangue ruim", que já era uma denominação corriqueira na comunidade negra

Participação nessa pesquisa de profissinais de saúde negros
    O administrador do Projeto Tuskegee, Robert Motin, concordou com a realização do projeto, desde que profissionais negros fossem diretamente envolvidos e que o projeto recebesse os devidos créditos pela participação.
 A enfermeira Eunice Rivers, contratada como assistente de pesquisa, e o Dr. Eugene H Dibble, ambos negros, foram incorporados ao grupo  para serem facilitadores na integração com a comunidade.
    De 1947 a 1962, 127 alunos negros de medicina tiveram participação no estudo.

Como os fundos para o tratamento não foram obtidos o acompanhamento deste grupo de 600 homens continuou como uma pesquisa. Este talvez tenha sido um dos motivos pelos quais nunca foi encontrado um projeto de pesquisa referente ao estudo de sífilis não tratado em Tuskegee, pois teve início com uma finalidade e continuou com outra.
 

Publicações e apresentações em eventos científicos e  a concordância da comunidade cientifica na realização desse tipo de pesquisa com seres humanos
    Até 1952 foram feitos quatro grandes levantamentos com estes participantes, em 1932, 1938, 1948 e 1952, de acordo com um artigo publicado sobre questões metodológicas - Twenty Years of Followup Experience in a Long-Range Medical Study. Alguns dados deste artigo são extremamente elucidativos. Os participantes se negaram a fazer nova punção lombar, fizeram apenas  no primeiro levantamente, em 1932. As condições econômicas dos participantes eram extremamente precárias, a ponto de ser extremamente atraente a oferta de um prato de comida quente a cada consulta. Os participantes tiveram boa adesão ao projeto, muito em função do contato sistemático e continuado da enfermeira Rivers. Ela buscava os participantes em casa em um automóvel especialmente alocado para a pesquisa.  Uma evidência desta boa relação foi a de que em 146 óbitos, até 1952, foi obtida autorização para realização de 145 necrópsias.
 
    Em 1936 foi publicado um artigo  -  Untreated syphilis in the male Negro. A comparative study of treated and untreated cases -  com os dados sobre o andamento do estudo. Esta publicação gerou alguma polêmica, porém logo superada.
    A partir de 1945 já havia terapêutica estabelecida para o tratamento de sífilis utilizando penicilina. Em 1947 o serviço de saúde pública norte-americana criou "Centros de Tratamento Rápido" para pacientes com sífilis. Mesmo assim, todos os indivíduos incluídos no estudo continuavam sem receber tratamento por decisão formal dogrupo de pesquisadores..
    Em 1961 foi publicado outro levantamento geral do estudo, esta vez com os dados de 30 anos de acompanhamento - The Tuskegee study of untreated syphilis: the 30th year of observation
    Durante a realização do projeto foram publicados 13 artigos que no próprio título expressavam que o não tratamento era o objetivo do mesmo. Salvo na publicação de 1936, a comunidade científica nunca mais se manifestou contrariamente a este respeito, mesmo quando temas livres eram apresentados em congressos, em especial na área de Epidemiologia.
. O Centro de Controle de Doenças de Atlanta reiterou, em 1969 a necessidade de continuar o estudo pela sua importância. Em 1970 o capítulo local da Associação Médica Norte-Americana se manifestou favorável à continuidade da pesquisa.


. Denuncias na imprensa
    Em 1968 algumas pessoas que tinham conhecimento do estudo, como o Prof. Peter Bauxum,  começaram a demonstrar contrariedade com a continuação do mesmo.
    Em 1969, a imprensa noticiou a confirmação de que já tinham ocorrido 28 mortes por sífilis no estudo. James Jones, que posteriormente escreveria uma livro - Bad Blood: the Tuskegee syphilis experiment - relatando os detalhes do projeto como um todo, acreditou que o mesmo já havia sido cancelado quando foi feita esta divulgação do número de mortes
    A reporter Jean Heller, da Associated Press, publicou no New York Times, em 26/7/72, uma matéria denunciando este projeto. O impacto desta denúncia foi muito grande junto a sociedade, porém o estudo somente foi encerrado meses após.

Efeitos diretos e indiretos na saúde dos participantes nessa experiência
    Após 40 anos de acompanhamento, ao término do projeto, haviam apenas 74 sobreviventes, sendo que 28 morreram diretamente de sífilis e 100 pessoas de complicações decorrentes da doença. Ao longo do estudo 40 esposas e 19 recém-nascidos se contaminaram. A instituição responsável pela condução do projeto, na suas últimas etapas, foi o Centro de Controle de Doenças (CDC) de Atlanta.
 O governo norte-americano pagou mais de dez milhões de dólares em indenizações para mais de 6.000 pessoas, mas não se desculpou pelo abuso.
     Uma comissão de pessoas vinculadas a história da medicina e a bioética, liderada pelo Dr. James Jones, exigiu que o governo norte americano pedisse desculpas públicas e formais aos 8 sobreviventes e as famílias dos demais participantes. Em 16 de maio de  1997 o Presidente Bill Clinton pediu desculpas formais para os cinco sobreviventes que compareceram à solenidade na Casa Branca.
Atualizado em 08/07/2001
©Goldim/1997-2001


domingo, 16 de junho de 2013

Modelo de Termo de Livre Consentiment

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos docentes do Departamento de Agronomia da Universidade do Estado de Mato–Campus de Cáceres, MT, 2007.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
            EU, ___________________, graduando em Bacharelado em Agronomia, da Universidade do Estado de Mato Grosso, estou desenvolvendo uma pesquisa com finalidade acadêmica e difusão cientifica cujo tema é: “________________________”.
            Sua colaboração será importante para a realização deste trabalho, motivo pelo qual solicito sua participação.
Asseguro-lhe que serão respeitados os seus direitos, abaixo relacionados:
* A garantia de receber informações gerais sobre o significado, justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na pesquisa, bem como o esclarecimento e orientação a qualquer momento deste estudo, sem risco de qualquer penalização;
* A segurança de que não será identificado (a) e que será mantido o sigilo e o caráter confidencial de informações relacionadas à sua privacidade;
* A garantia de não existência ou vulnerabilidade a danos e riscos à sua pessoa;
* A garantia de não haver gastos de sua parte, visto tanto em relação à coleta de dados e confecção do trabalho final.
Caso sinta necessidade de contatar o pesquisador durante e/ou após a coleta de dados, poderá fazê-lo pelo telefone ______________________ ou pelo e-mail: _____________________
            Os dados coletados serão por meio de formulário.
            Ao final da pesquisa, se for do seu interesse, terá livre acesso ao conteúdo da mesma, podendo discutir junto com o pesquisador.
            Você tem plena liberdade para decidir a respeito de sua participação voluntária na pesquisa proposta. Caso concorde em participar, necessitamos que preencha e assine o termo de consentimento.
            Agradecemos antecipadamente pela sua atenção e participação.
Pesquisador responsável: _______________________________
Consentimento:
            Levando em consideração as informações e todas as garantias acima mencionadas, eu................................................................................................................, CPF:..........................................................., declaro para os devidos fins que cedo os direitos de minha entrevista, por meio de formulário,  para ser utilizada integralmente ou em partes, sem restrições de citações, podendo inclusive torná-la pública para a monografia de _______________________________.
            Assim sendo, declaro o meu consentimento em participar como sujeito desta pesquisa.

__________________________________________________________________________
Assinatura

Cáceres,MT ....../......./200__.


ÉTICA NA PESQUISA RESUMO RESOLUÇÃO 196- PESQUISA COM SERES HUMANOS

ÉTICA NA PESQUISA RESUMO RESOLUÇÃO 196-  PESQUISA COM SERES HUMANOS
Elaborado pelo prof. Antonio Eustaquio deMoura,Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Cáceres  2010

RESOLUÇÃO Nº 196/96 DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE/MS


Sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos (extraído na íntegra do diário Oficial da União)
R.N. 196, de 10 de Outubro de 1996

OPERACIONALIZAÇÃO

 Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos deverá obedecer às recomendações desta Resolução e dos documentos endossados em seu preâmbulo. A responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e leagis.

os quatro referenciais básicos da bioética:
             autonomia,
            não maleficência,
            beneficência
             justiça,

visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado.


1 -  A eticidade da pesquisa implica em:

a) consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-los em sua dignidade, respeitá-los em sua autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade;

b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;

c) garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência);

d) relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária (justiça e eqüidade).



2 - A pesquisa em qualquer área do conhecimento, envolvendo seres humanos deverá observar as seguintes exigências:

a) ser adequada aos princípios científicos que a justifiquem e com possibilidades concretas de responder a incertezas;

b) estar fundamentada na experimentação prévia realizada em laboratórios, animais ou em outros fatos científicos;

c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter não possa ser obtido por outro meio;

d) prevalecer sempre as probabilidades dos benefícios esperados sobre os riscos previsíveis;

e) obedecer a metodologia adequada. Se houver necessidade de distribuição aleatória dos sujeitos da pesquisa em grupos experimentais e de controle, assegurar que, a priori, não seja possível estabelecer as vantagens de um procedimento sobre outro através de revisão de literatura, métodos observacionais ou métodos que não envolvam seres humanos;

f) ter plenamente justificada, quando for o caso, a utilização de placebo, em termos de não maleficência e de necessidade metodológica;

g) contar com o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa e/ou seu representante legal;

h) contar com os recursos humanos e materiais necessários que garantam o bem-estar do sujeito da pesquisa, devendo ainda haver adequação entre a competência do pesquisador e o projeto proposto;

i) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização, garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de auto-estima, de prestígio e/ou econômico - financeiro;

j) ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena. Indivíduos ou grupos vulneráveis não devem ser sujeitos de pesquisa quando a informação desejada possa ser obtida através de sujeitos com plena autonomia, a menos que a investigação possa trazer benefícios diretos aos vulneráveis. Nestes casos, o direito dos indivíduos ou grupos que queiram participar da pesquisa deve ser assegurado, desde que seja garantida a proteção à sua vulnerabilidade e incapacidade legalmente definida;

l) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, bem como os hábitos e costumes quando as pesquisas envolverem comunidades;

m) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possível, traduzir-se-ão em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após sua conclusão. O projeto deve analisar as necessidades de cada um dos membros da comunidade e analisar as diferenças presentes entre eles, explicitando como será assegurado o respeito às mesmas;

n) garantir o retorno dos benefícios obtidos através das pesquisas para as pessoas e as comunidades onde as mesmas forem realizadas. Quando, no interesse da comunidade, houver benefício real em incentivar ou estimular mudanças de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possível, disposições para comunicar tal benefício às pessoas e/ou comunidades;

o) comunicar às autoridades sanitárias os resultados da pesquisa, sempre que os mesmos puderem contribuir para a melhoria das condições de saúde da coletividade, preservando, porém, a imagem e assegurando que os sujeitos da pesquisa não sejam estigmatizados ou percam a auto-estima;

p) assegurar aos sujeitos da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa;

q)assegurar aos sujeitos da pesquisa as condições de acompanhamento, tratamento ou de orientação, conforme o caso, nas pesquisas de rastreamento; demonstrar a preponderância de benefícios sobre riscos e custos;

r) assegurar a inexistência de conflito de interesses entre o pesquisador e os sujeitos da pesquisa ou patrocinador do projeto;

s) comprovar, nas pesquisas conduzidas do exterior ou com cooperação estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os sujeitos das pesquisas e para o Brasil, decorrentes de sua realização. t) utilizar o material biológico e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente para a finalidade prevista no seu protocolo;

u) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade fértil ou em mulheres grávidas, a avaliação de riscos e benefícios e as eventuais interferências sobre a fertilidade, a gravidez, o embrião ou o feto, o trabalho de parto, o puerpério, a lactação e o recém-nascido;

v) considerar que as pesquisas em mulheres grávidas devem, ser precedidas de pesquisas em mulheres fora do período gestacional, exceto quando a gravidez for o objetivo fundamental da pesquisa;

x) propiciar, nos estudos multicêntricos, a participação dos pesquisadores que desenvolverão a pesquisa na elaboração do delineamento geral do projeto; e

z) descontinuar o estudo somente após análise das razões da descontinuidade pelo CEP que a aprovou.




CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.

IV.1 - Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faça em linguagem acessível e que inclua necessariamente os seguintes aspectos:

a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa;

b) os desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados;

c) os métodos alternativos existentes;

d) a forma de acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis;

e) a garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a metodologia, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo;

f) a liberdade do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado;

g) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa;

h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa; e

i) as formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.



O termo de consentimento livre e esclarecido obedecerá aos seguintes requisitos:


a) ser elaborado pelo pesquisador responsável, expressando o cumprimento de cada uma das exigências acima;

b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a investigação;

c) ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica, por todos e cada um dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes legais; e

            d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa             ou por seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador


Nos casos em que haja qualquer restrição à liberdade ou ao esclarecimento necessários para o adequado consentimento, deve-se ainda observar:

a) em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, portadores de perturbação ou doença mental e sujeitos em situação de substancial diminuição em suas capacidades de consentimento, deverá haver justificação clara da escolha dos sujeitos da pesquisa, especificada no protocolo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e cumprir as exigências do consentimento livre e esclarecido, através dos representantes legais dos referidos sujeitos, sem suspensão do direito de informação do indivíduo, no limite de sua capacidade;

b) a liberdade do consentimento deverá ser particularmente garantida para aqueles sujeitos que, embora adultos e capazes, estejam expostos a condicionamentos específicos ou à influência de autoridade, especialmente estudantes, militares, empregados, presidiários, internos em centros de readaptação, casas-abrigo, asilos, associações religiosas e semelhantes, assegurando-lhes a inteira liberdade de participar ou não da pesquisa, sem quaisquer represálias;

c) nos casos em que seja impossível registrar o consentimento livre e esclarecido, tal fato deve ser devidamente documentado, com explicação das causas da impossibilidade, e parecer do Comitê de Ética em Pesquisa;

d) as pesquisas em pessoas com o diagnóstico de morte encefálica só podem ser realizadas desde que estejam preenchidas as seguintes condições:

- documento comprobatório da morte encefálica (atestado de óbito);

- consentimento explícito dos familiares e/ou do responsável legal, ou manifestação prévia da vontade da pessoa;

- respeito total à dignidade do ser humano sem mutilação ou violação do corpo;

- sem ônus econômico financeiro adicional à família;

- sem prejuízo para outros pacientes aguardando internação ou tratamento;

- possibilidade de obter conhecimento científico relevante, novo e que não possa ser obtido de outra maneira;

e) em comunidades culturalmente diferenciadas, inclusive indígenas, deve-se contar com a anuência antecipada da comunidade através dos seus próprios líderes, não se dispensando, porém, esforços no sentido de obtenção do consentimento individual;

f) quando o mérito da pesquisa depender de alguma restrição de informações aos sujeitos, tal fato deve ser devidamente explicitado e justificado pelo pesquisador e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados obtidos a partir dos sujeitos da pesquisa não poderão ser usados para outros fins que os não previstos no protocolo e/ou no consentimento.



Observação
em comunidades culturalmente diferenciadas, inclusive indígenas, deve-se contar com a anuência antecipada da comunidade através dos seus próprios líderes, não se dispensando, porém, esforços no sentido de obtenção do consentimento individual;







As pesquisas envolvendo seres humanos onde possam existir riscos potenciais serão admissíveis quando:

a) oferecerem elevada possibilidade de gerar conhecimento para entender, prevenir ou aliviar um problema que afete o bem-estar dos sujeitos da pesquisa e de outros indivíduos;

b) o risco se justifique pela importância do benefício esperado;

c) o benefício seja maior, ou no mínimo igual, a outras alternativas já estabelecidas para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento.

V.2 - As pesquisas sem benefício direto ao indivíduo, devem prever condições de serem bem suportadas pelos sujeitos da pesquisa, considerando sua situação física, psicológica, social e educacional.

V.3 - O pesquisador responsável é obrigado a suspender a pesquisa imediatamente ao perceber algum risco ou dano à saúde do sujeito participante da pesquisa, conseqüente à mesma, não previsto no termo de consentimento. Do mesmo modo, tão logo constatada a superioridade de um método em estudo sobre outro, o projeto deverá ser suspenso, oferecendo-se a todos os sujeitos os benefícios do melhor regime.

V.4 - O Comitê de Ética em Pesquisa da instituição deverá ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal do estudo.

V.5 - O pesquisador, o patrocinador e a instituição devem assumir a responsabilidade de dar assistência integral às complicações e danos decorrentes dos riscos previstos.

V.6 - Os sujeitos da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou não no termo de consentimento e resultante de sua participação, além do direito à assistência integral, têm direito à indenização.

V.7 - Jamais poderá ser exigido do sujeito da pesquisa, sob qualquer argumento, renúncia ao direito à indenização por dano. O formulário do consentimento livre e esclarecido não deve conter nenhuma ressalva que afaste essa responsabilidade ou que implique ao sujeito da pesquisa abrir mão de seus direitos legais, incluindo o direito de procurar obter indenização por danos eventuais.


 

 PROTOCOLO DE PESQUISA


O protocolo a ser submetido à revisão ética somente poderá ser apreciado se estiver instruído com os seguintes documentos, em português:

VI.1 - folha de rosto: título do projeto, nome, número da carteira de identidade, CPF, telefone e endereço para correspondência do pesquisador responsável e do patrocinador, nome e assinaturas dos dirigentes da instituição e/ou organização;

VI.2 - descrição da pesquisa, compreendendo os seguintes itens:

a) descrição dos propósitos e das hipóteses a serem testadas;

b) antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa. Se o propósito for testar um novo produto ou dispositivo para a saúde, de procedência estrangeira ou não, deverá ser indicada a situação atual de registro junto a agências regulatórias do país de origem;

c) descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa (material e métodos, casuística, resultados esperados e bibliografia);

d) análise crítica de riscos e benefícios;

e) duração total da pesquisa, a partir da aprovação;

f) explicitaçao das responsabilidades do pesquisador, da instituição, do promotor e do patrocinador;

g) explicitação de critérios para suspender ou encerrar a pesquisa;

h) local da pesquisa: detalhar as instalações dos serviços, centros, comunidades e instituições nas quais se processarão as várias etapas da pesquisa;

i) demonstrativo da existência de infra-estrutura necessária ao desenvolvimento da pesquisa e para atender eventuais problemas dela resultantes, com a concordância documentada da instituição;

j) orçamento financeiro detalhado da pesquisa: recursos, fontes e destinação, bem como a forma e o valor da remuneração do pesquisador;

l) explicitação de acordo preexistente quanto à propriedade das informações geradas, demonstrando a inexistência de qualquer cláusula restritiva quanto à divulgação pública dos resultados, a menos que se trate de caso de obtenção de patenteamento; neste caso, os resultados devem se tornar públicos, tão logo se encerre a etapa de patenteamento;

m) declaração de que os resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não; e

n) declaração sobre o uso e destinação do material e/ou dados coletados.

VI.3 - informações relativas ao sujeito da pesquisa:

a) descrever as características da população a estudar: tamanho, faixa etária, sexo, cor (classificação do IBGE), estado geral de saúde, classes e grupos sociais, etc. Expor as razões para a utilização de grupos vulneráveis;

b) descrever os métodos que afetem diretamente os sujeitos da pesquisa;

c) identificar as fontes de material de pesquisa, tais como espécimens, registros e dados a serem obtidos de seres humanos. Indicar se esse material será obtido especificamente para os propósitos da pesquisa ou se será usado para outros fins;

d) descrever os planos para o recrutamento de indivíduos e os procedimentos a serem seguidos. Fornecer critérios de inclusão e exclusão;

e) apresentar o formulário ou termo de consentimento, específico para a pesquisa, para a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, incluindo informações sobre as circunstâncias sob as quais o consentimento será obtido, quem irá tratar de obtê-lo e a natureza da informação a ser fornecida aos sujeitos da pesquisa;

f) descrever qualquer risco, avaliando sua possibilidade e gravidade;

g) descrever as medidas para proteção ou minimização de qualquer risco eventual. Quando apropriado, descrever as medidas para assegurar os necessários cuidados à saúde, no caso de danos aos indivíduos. Descrever também os procedimentos para monitoramento da coleta de dados para prover a segurança dos indivíduos, incluindo as medidas de proteção à confidencialidade; e

h) apresentar previsão de ressarcimento de gastos aos sujeitos da pesquisa. A importância referente não poderá ser de tal monta que possa interferir na autonomia da decisão do indivíduo ou responsável de participar ou não da pesquisa.

VI.4 - qualificação dos pesquisadores: "Curriculum vitae" do pesquisador responsável e dos demais participantes.

VI.5 - termo de compromisso do pesquisador responsável e da instituição de cumprir os termos desta Resolução.


COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA-CEP


Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.

VII.1 - As instituições nas quais se realizem pesquisas envolvendo seres humanos deverão constituir um ou mais de um Comitê de Ética em Pesquisa- CEP, conforme suas necessidades.

VII.2 - Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituição ou o pesquisador responsável deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de outra instituição, preferencialmente dentre os indicados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS).

VII.3 - Organização - A organização e criação do CEP será da competência da instituição, respeitadas as normas desta Resolução, assim como o provimento de condições adequadas para o seu funcionamento.

VII.4 - Composição - O CEP deverá ser constituído por colegiado com número não inferior a 7 (sete) membros. Sua constituição deverá incluir a participação de profissionais da área de saúde, das ciências exatas, sociais e humanas, incluindo, por exemplo, juristas, teólogos, sociólogos, filósofos, bioeticistas e, pelo menos, um membro da sociedade representando os usuários da instituição. Poderá variar na sua composição, dependendo das especificidades da instituição e das linhas de pesquisa a serem analisadas.

VII.5 - Terá sempre caráter multi e transdisciplinar, não devendo haver mais que metade de seus membros pertencentes à mesma categoria profissional, participando pessoas dos dois sexos. Poderá ainda contar com consultores "ad hoc", pessoas pertencentes ou não à instituição, com a finalidade de fornecer subsídios técnicos.

VII.6 - No caso de pesquisas em grupos vulneráveis, comunidades e coletividades, deverá ser convidado um representante, como membro "ad hoc" do CEP, para participar da análise do projeto específico.

VII.7 - Nas pesquisas em população indígena deverá participar um consultor familiarizado com os costumes e tradições da comunidade.

VII.8 - Os membros do CEP deverão se isentar de tomada de decisão, quando diretamente envolvidos na pesquisa em análise.

VII.9 - Mandato e escolha dos membros - A composição de cada CEP deverá ser definida a critério da instituição, sendo pelo menos metade dos membros com experiência em pesquisa, eleitos pelos seus pares. A escolha da coordenação de cada Comitê deverá ser feita pelos membros que compõem o colegiado, durante a primeira reunião de trabalho. Será de três anos a duração do mandato, sendo permitida recondução.

VII.10 - Remuneração - Os membros do CEP não poderão ser remunerados no desempenho desta tarefa, sendo recomendável, porém, que sejam dispensados nos horários de trabalho do Comitê das outras obrigações nas instituições às quais prestam serviço, podendo receber ressarcimento de despesas efetuadas com transporte, hospedagem e alimentação.

VII.11 - Arquivo - O CEP deverá manter em arquivo o projeto, o protocolo e os relatórios correspondentes, por 5 (cinco) anos após o encerramento do estudo.

VII.12 - Liberdade de trabalho - Os membros dos CEPs deverão ter total independência na tomada das decisões no exercício das suas funções, mantendo sob caráter confidencial as informações recebidas. Deste modo, não podem sofrer qualquer tipo de pressão por parte de superiores hierárquicos ou pelos interessados em determinada pesquisa, devem isentar-se de envolvimento financeiro e não devem estar submetidos a conflito de interesse.


Atribuições do CEP:

a) revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas;

b) emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data de revisão. A revisão de cada protocolo culminará com seu enquadramento em uma das seguintes categorias:

· aprovado;

· com pendência: quando o Comitê considera o protocolo como aceitável, porém identifica determinados problemas no protocolo, no formulário do consentimento ou em ambos, e recomenda uma revisão específica ou solicita uma modificação ou informação relevante, que deverá ser atendida em 60 (sessenta) dias pelos pesquisadores;

· retirado: quando, transcorrido o prazo, o protocolo permanece pendente;

· não aprovado; e

· aprovado e encaminhado, com o devido parecer, para apreciação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -CONEP/MS, nos casos previstos no capítulo VIII, item 4.c.

c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execução de sua tarefa e arquivamento do protocolo completo, que ficará à disposição das autoridades sanitárias;

d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de relatórios anuais dos pesquisadores;

e) desempenhar papel consultivo e educativo, fomentando a reflexão em torno da ética na ciência;

f) receber dos sujeitos da pesquisa ou de qualquer outra parte denúncias de abusos ou notificação sobre fatos adversos que possam alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade, modificação ou suspensão da pesquisa, devendo, se necessário, adequar o termo de consentimento. Considera-se como anti-ética a pesquisa descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou;

g) requerer instauração de sindicância à direção da instituição em caso de denúncias de irregularidades de natureza ética nas pesquisas e, em havendo comprovação, comunicar à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa-CONEP/MS e, no que couber, a outras instâncias; e

h) manter comunicação regular e permanente com a CONEP/MS.



 Ao pesquisador cabe:

a) apresentar o protocolo, devidamente instruido ao CEP, aguardando o pronunciamento deste, antes de iniciar a pesquisa;

b) desenvolver o projeto conforme delineado;

c) elaborar e apresentar os relatórios parciais e final;

d) apresentar dados solicitados pelo CEP, a qualquer momento;

e) manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos, os dados da pesquisa, contendo fichas individuais e todos os demais documentos recomendados pelo CEP;

f) encaminhar os resultados para publicação, com os devidos créditos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico participante do projeto;

g) justificar, perante o CEP, interrupção do projeto ou a não publicação dos resultados.

IX.3 - O Comitê de Ética em Pesquisa institucional deverá estar registrado junto à CONEP/MS.

IX.4 - Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsável no que se refere aos aspectos éticos da pesquisa.

IX.5 - Consideram-se autorizados para execução, os projetos aprovados pelo CEP, exceto os que se enquadrarem nas áreas temáticas especiais, os quais, após aprovação pelo CEP institucional deverão ser enviados à CONEP/MS, que dará o devido encaminhamento.



terça-feira, 28 de maio de 2013

ATIVIDADES PARA ALUNOS E ALUNAS COM DEPENDENCIA EM INICIAÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA 1º SEMESTRE COMPUTAÇÃO UNEMAT maio 2013


Atividades para alunos (as) com dependência em Iniciação à Metodologia Científica. Metodologia Científica Maio 2013.
Atividade obrigatória para alunos (a) em dependência 2013/1
Trabalho Individual.   Data de Entrega 10 de junho
Prof. Antônio Moura

1 -- Referências Bibliográficas
A – Utilizando a NBR 6.023/2002 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Tecnicas
Elaborar e ou responder as seguintes questões ou itens:
A1 - O que são elementos essenciais em uma referencia bibliográfica? Cite os elementos essenciais em uma referencia bibliográfica de livro, e de matéria de revista.
A2 – O que são elementos complementares de uma referencia bibliográfica? Cite alguns elementos complementares da referencia bibliográfica de um livro.
A3- Quais as regras gerais de apresentação de uma referencia bibliográfica?
A4 – Escreva a estrutura (conteúdo) dos seguintes tipos de referencias bibliográficas, indicando a localização da mesma na NBR 6023 ABNT (colocar item e pagina onde se encontra).
            Livro como um todo;
            Livro como um todo com dois autores;
            Livro como um todo com mais de três autores
            Livro como um todo com organizador
            Capitulo de livro com indicação de autor;
            Capitulo de livro sem indicação de autor do capitulo;
            Matéria ou artigo de revista com indicação de autor
            Matéria ou artigo de revista sem indicação de autor;
            Texto obtido na Internet

Exemplo
Referencia Bibliográfica de Livro como um todo
SOBRENOME, nome do autor. Nome do livro com destaque.  Numero de edição. Cidade onde foi publicado: nome da Editora, ano da publicação.
Referencia se encontra no item 7.1.1 página 3 da NBR 6023 ABNT

A5 - Elaborar referências bibliográficas para cada tipo de referencia bibliográfica relacionada no item A4.  Utilizar livros da área de Computação existentes na Biblioteca da Unemat

3 - Fazer comparações entre os seguintes tipos de Conhecimentos;
3.1 – Conhecimento Científico X Conhecimento Religioso.
3.2 – Conhecimento Cientifico X Conhecimento Popular
3.3 – Conhecimento Filosófico X Conhecimento Religioso

4 – Uso de Biblioteca da Unemat
Localizar 5 livros sobre Metodologia Cientifica,  5 livros que contem capítulos e/ou informações sobre o Estado de Mato Grosso.  Elaborar as referencias bibliográficas dos mesmos e colocar a numeração dada pela biblioteca para cada um deles.

5 – Quais os itens que são colocados em uma Capa e em uma Folha de rosto de um trabalho acadêmico?   Elabore uma Capa e uma Folha de Rosto de algum trabalho de Conclusão de Curso (monografia) em Licenciatura da Computação da Unemat..

6 – Elaborar um resumo e um esquema do texto “O que é Ciência” pagina 127 a 134 do livro Filosofando: Introdução à Filosofia de  Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins ( fotocopia do texto esta no Xerox WM).

7 – Elaborar um levantamento de textos sobre Licenciatura em Ciências da Computação (Licenciatura em Computação) na Internet. Fazer a relação dos textos localizados, utilizando as Normas de Elaboração de Referencia Bibliográfica

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Perguntas sobre o filme Kinsey: vamos falar de sexo


Aula de Metodologia Científica
Professor Antônio Eustáquio de Moura
1º semestre- Ciências da Computação
Análise do filme KINSEY
Trabalho a ser elaborado em dupla

1 - O filme retrata mais de um tipo de pesquisa cientifica uma com vespas, outra com seres humanos.  Como o filme coloca a importância (relevância) e amplitude de cada uma dessas pesquisas?

2- Na pesquisa com vespas, quais os tipos de técnicas de coleta de dados (de pesquisa) que aparecem e em quais momentos?

2.1 – Como pode ser classificada a referida pesquisa.  Por quê?

3 - Na pesquisa com seres humanos, quais as técnicas de pesquisa (de coleta de dados) que aparecem e em quais momentos?

3.1- Como pode ser classificada a referida pesquisa? Por quê?

4 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa e do pesquisador com a questão financeira?

5 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa com a opinião publica e os meios de comunicação de massa?

6 – Comente, brevemente, como no filme são apresentados os preparativos para a pesquisa?

7 – Como é apresentada a postura do pesquisador durante as entrevistas?

8 – Quais as questões éticas que aparecem nas pesquisas apresentadas no filme.


















Aula de Metodologia Científica
Professor Antônio Eustáquio de Moura
1º semestre- Ciências da Computação 2010/2
Análise do filme KINSEY
Trabalho a ser elaborado em dupla

1 - O filme retrata mais de um tipo de pesquisa cientifica uma com vespas, outra com seres humanos.  Como o filme coloca a importância (relevância) e amplitude de cada uma dessas pesquisas?
2- Na pesquisa com vespas, quais os tipos de técnicas de coleta de dados (de pesquisa) que aparecem e em quais momentos?
2.1 – Como pode ser classificada a referida pesquisa.  Por quê?
3 - Na pesquisa com seres humanos, quais as técnicas de pesquisa (de coleta de dados) que aparecem e em quais momentos?
3.1- Como pode ser classificada a referida pesquisa? Por quê?
4 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa e do pesquisador com a questão financeira?
5 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa com a opinião publica e os meios de comunicação de massa?
6 – Comente, brevemente, como no filme são apresentados os preparativos para a pesquisa?
7 – Como é apresentada a postura do pesquisador durante as entrevistas?
8 – Quais as questões éticas que aparecem nas pesquisas apresentadas no filme.


Aula de Metodologia Científica
Professor Antônio Eustáquio de Moura
1º semestre- Ciências da Computação 2010/2
Análise do filme KINSEY
Trabalho a ser elaborado em dupla

1 - O filme retrata mais de um tipo de pesquisa cientifica uma com vespas, outra com seres humanos.  Como o filme coloca a importância (relevância) e amplitude de cada uma dessas pesquisas?
2- Na pesquisa com vespas, quais os tipos de técnicas de coleta de dados (de pesquisa) que aparecem e em quais momentos?
2.1 – Como pode ser classificada a referida pesquisa.  Por quê?
3 - Na pesquisa com seres humanos, quais as técnicas de pesquisa (de coleta de dados) que aparecem e em quais momentos?
3.1- Como pode ser classificada a referida pesquisa? Por quê?
4 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa e do pesquisador com a questão financeira?
5 – Como o filme apresenta a relação da pesquisa com a opinião publica e os meios de comunicação de massa?
6 – Comente, brevemente, como no filme são apresentados os preparativos para a pesquisa?
7 – Como é apresentada a postura do pesquisador durante as entrevistas?
8 – Quais as questões éticas que aparecem nas pesquisas apresentadas no filme.


Textos sobre o filme Kinsey: vamos falar de sexo


Kinsey fala de sexo

Para uns, um grande pesquisador. Para outros, um devasso fraudador da ciência. Conheça a vida e o trabalho do homem que passou a vida tentando provar que, no sexo, tudo é normal

Álvaro Oppermann                                                                                             

Não era fácil viver no ambiente puritano dos Estados Unidos no início do século 20. Em 1902, dois homens foram internados num hospital de Nova Orleans com o diagnóstico de masturbação compulsiva. Em um deles, foi colocado um anel no prepúcio, que tornava extremamente dolorosa a masturbação. O outro foi circuncidado para ter a sensibilidade reduzida. Como os tratamentos não funcionaram, ambos foram castrados. Os pacientes não resistiram aos procedimentos brutais e morreram ainda no hospital.
Alfred Charles Kinsey tinha 8 anos quando isso aconteceu. Seu pai era um religioso fanático, que proibia o álcool, o fumo e até as danças de salão. A repressão em casa não ajudou muito quando ele, adolescente, se deu conta que sentia atração por garotas e garotos. Kinsey se casou virgem aos 25 anos. Na lua-de-mel, uma nova descoberta: sexo não era nada divertido. Seu pênis era grande demais e a penetração, terrivelmente dolorosa para sua esposa.
O jovem foi buscar ajuda com médicos e viu que nenhum deles tinha a menor noção do que estava acontecendo. Naquela época, sexo era um assunto que não deveria ser discutido nem entre quatro paredes. Foi aí que Kinsey decidiu estudar o assunto. Durante todo o tempo, era guiado pela sua própria necessidade de entender – ou justificar, como afirmam alguns críticos – sua falta de ortodoxia quando o tema eram preferências sexuais. Kinsey investiu 30 anos de sua vida para provar que, quando o que está em jogo é a intimidade de cada um, o normal e o anormal são meras convenções.

AULAS DE HIGIENE
Sexo não foi o primeiro interesse do cientista Alfred Kinsey. Logo depois de se graduar como zoólogo no Bowdoin College, ele foi pesquisar vespas. Obcecado pelo objeto de estudo, chegou a catalogar 1 milhão de exemplares do gênero Cynips. Tamanha dedicação lhe rendeu respeito entre os colegas e um convite para lecionar na Universidade de Indiana. Foi lá que conheceu Clara McMillen, a estudante de química que se tornou sua esposa. Foi lá também que começou a ministrar aulas no Curso de Higiene (um eufemismo para o programa de educação sexual da universidade). O jovem professor deixou de lado metáforas e explicações teóricas e exibiu slides com detalhes de genitálias e órgãos reprodutores.
As respostas positivas dos alunos atiçaram o desejo de Kinsey de aprofundar-se no estudo da sexualidade humana. Colocou a si mesmo a meta de coletar 100 mil depoimentos sobre a intimidade dos americanos nos dez anos seguintes (um objetivo que ele nunca alcançou).
A experiência na catalogação de vespas deu a ele o instrumental metodológico necessário para elaborar um complexo questionário, com 521 perguntas que iam de memórias na infância a episódios de experiência sexual. "Kinsey era um biólogo. Ele usou seu treinamento científico para fazer perguntas importantes sobre a biologia sexual dos humanos e sua maneira de pensar era essencialmente classificatória", diz o sociólogo Edward Laumann.

FALANDO DE SEXO
O trabalho começou dentro do campus da universidade, mas, em 1941, despertou o interesse da Fundação Rockefeller, que concedeu uma bolsa a Kinsey. Com o dinheiro, conseguiu ampliar o âmbito da pesquisa a várias cidades americanas e contratar três colaboradores.
A ênfase da pesquisa era a diversidade sexual. "Meu trabalho com insetos salientou as variações individuais dentro dos grupos. Procedo da mesma maneira no estudo de seres humanos", dizia. Kinsey sempre negou que o comportamento humano pudesse ser dividido em categorias rígidas como "hetero" e "homo" e classificava tal mentalidade como "pensamento binário". Um dos melhores biógrafos do pesquisador, James H. Jones, acredita que o fato de o cientista privilegiar padrões que fugiam à regra geral de comportamento era uma forma de entender sua própria sexualidade. Já a mais ferrenha crítica de Kinsey, a terapeuta e estudiosa do sexo Judith Reisman, acredita que a tendência homossexual do pesquisador invalida seu trabalho. "Kinsey estava mais preocupado em legitimar a nascente ideologia gay do que em esboçar um amplo painel sobre a sexualidade nos EUA", diz ela.
Junto com seu staff, Kinsey entrevistou mais de 18 mil voluntários de costa a costa nos Estados Unidos (veja box na página ao lado). As entrevistas, contudo, eram só uma parte do trabalho. Para analisar as reações humanas durante a penetração vaginal e anal, o coito e a masturbação, Kinsey filmava relações sexuais no sótão de sua casa. As primeiras sessões – onde troca de casais e relações homossexuais eram regra – contaram apenas com seus subalternos e esposas. Com o tempo, Kinsey conseguiu engrossar a lista de voluntários com prostitutas, garotos de programa e até personalidades (o cineasta underground Kenneth Anger, por exemplo, concordou em ser filmado se masturbando).
O resultado das pesquisas foi publicado em 1948, no livro Sexual Behavior of Human Male ("Comportamento Sexual do Homem", sem edição no Brasil). A obra revelava coisas que a sociedade puritana do século 20 jamais havia admitido em voz alta (veja box ao lado). Foi um sucesso inesperado. Em dois meses, 200 mil exemplares sumiram das livrarias e Alfred Kinsey transformou-se em celebridade. O sucesso, porém, fez emergir diversas críticas ao seu trabalho. Margaret Mead, uma das maiores antropólogas da cultura na época, viu na obra, ironicamente, um puritanismo disfarçado: em nenhum momento havia a sugestão de que o sexo podia ser algo prazeroso. Outro antropólogo, Geoffrey Gorer, identificou problemas estatísticos na pesquisa. Para ele, os entrevistados – muitos deles presidiários condenados por atentado ao pudor e pedofilia – não representavam uma amostra válida da sociedade americana.
O ponto mais polêmico do livro, contudo, foram revelações sobre o orgasmo infantil. Kinsey se correspondia com regularidade com homens pedófilos e foi acusado de conivência pelos críticos. Judith Reisman, por exemplo, costuma se referir a ele como "o maior propagandista de pedofilia na história da ciência". Grande parte dos dados apresentados provinha das anotações de um misterioso "Sr. X", que havia mantido relações sexuais com mais de 600 pré-adolescentes.
O livro seguinte, Sexual Behavior of Human Female ("Comportamento Sexual da Mulher", também sem edição no Brasil) saiu em 1953 e não escapou das críticas. Prostitutas e presidiárias ganharam uma participação desproporcional nas páginas da obra, enquanto 934 depoimentos de mulheres negras do sul dos EUA (uma parcela conservadora da sociedade americana) foram excluídos do livro. Os críticos acreditam que essa seleção visava dar ao volume tons não puritanos.
O livro não teve uma reação tão calorosa do público. As vendas foram minguadas e, para piorar, a Fundação Rockefeller retirou-lhe o financiamento no ano seguinte. Com a saúde já debilitada pela idade e pelas experiências masoquistas que infligia a si mesmo (para testar os limites humanos da dor, Kinsey introduzia objetos pela uretra e fez a circuncisão em si mesmo sem anestesia), Kinsey morreu em 25 de agosto de 1956, vítima de complicações cardíacas.

SEXO DEPOIS DE KINSEY
Kinsey mudou a história da ciência sobre sexo. "Ele foi um pioneiro e nos ajudou a dar os primeiros passos em pesquisas sexuais", diz Beverly Whipple, uma das sexólogas mais renomadas da atualidade. O instituto criado por ele em 1947 continua a fazer pesquisas no campo da sexualidade humana. O foco, no entanto, não é mais a catalogação de diferenças comportamentais. "Hoje não estamos mais tão interessados no que as pessoas fazem, mas sim no porquê de o fazerem", afirma Vern Bullough, do Centro de Pesquisa sobre o Sexo da Califórnia.
A repressão sexual, no entanto, ainda está longe de desaparecer e o país natal de Kinsey é um dos melhores exemplos disso. No estado do Texas, por exemplo, relações homossexuais eram consideradas crime até junho de 2003. E, em novembro de 2004, quando o filme do cineasta Bill Condon que retrata a vida de Kinsey foi lançado, a reação de uma parte dos americanos não foi nada receptiva. Grupos fundamentalistas montaram piquetes na entrada das salas de cinema para impedir a exibição e espalharam mensagens acusando o diretor de fazer um retrato suave do "homem que degradou os valores morais da América".
Usando como justificativa os alarmantes dados sobre doenças venéreas no mundo, os conservadores – entre eles, o governo Bush – se opõem à liberdade sexual (que classificam como libertinagem) e pregam a abstinência até o casamento, uma recomendação muito parecida com a que era dada nos Cursos de Higiene da Universidade de Indiana em 1938. A cruzada de Kinsey, pelo visto, ainda não terminou.

O fracasso na lua-de-mel mostrou a Kinsey que sexo era tabu até entre cientistas. Ele resolveu investigar o que os americanos faziam na cama

Kinsey catalogou detalhes da intimidade de pelo menos 18 mil homens e mulheres. Foi pouco, perto do projeto inicial

As revelações do sexólogo causaram tanto alvoroço que Kinsey virou uma celebridade. Seu nome foi parar em letras de música de gente como Cole Porter e da cantora pop Martha Raye
Apesar de escritos numa área linguagem científica, Comportamento Sexual do Homem lançado em 1948 (capa preta) e Comportamento Sexual da Mulher lançado em 1953 (capa de azul), tornaram-se best sellers e iniciaram uma cruzada contra a repressão sexual nos EUA
Kinsey contratou o antropólogo Paul Gebhard, o psicólogo Wardell Pomeroy e seu aluno Clyde Martin como ajudantes. Treinou-os de forma obstinada até que estivessem prontos para as entrevistas. Mudanças no tom de voz, na expressão facial e no olhar eram ensaiadas de forma minuciosa, a fim de ganhar a cumplicidade do entrevistado. O nome de todos os voluntários era mantido em sigilo. Os quatro percorreram todos os estados americanos, concentrando-se em grandes cidades como Nova York, Los Angeles e Chicago. Os locais preferidos para entrevistas eram universidades, prisões, bares e banheiros públicos. Lugares gays, onde era possível falar de sexo sem ser literalmente apedrejado, entravam na lista com freqüência.

O que eles fazem
Os dados divulgados por Kinsey eram chocantes e foram contestados por muitos cientistas. Pesquisas posteriores mostraram números bem mais baixos em vários dos quesitos relacionados em seus relatórios
• 90% dos americanos se masturbam
• 37% já tiveram alguma relação homossexual
• 10% são exclusivamente homossexuais
• 11% fazem ou já tentaram fazer sexo anal com suas esposas

O que elas fazem
O relatório sobre comportamento feminino provava que a mulher era tão sexualmente ativa quanto o homem. Por causa das informações que divulgou, Kinsey foi acusado de comunista e de querer destruir os lares americanos
• 69% têm fantasias sexuais com outros homens que não os maridos
• 62% das mulheres se masturbam
• 26% traem os maridos
• 19,1% praticam sexo oral antes do casamento
• 13% já tiveram alguma relação homossexual
• 3% a 6% são exclusivamente homossexuais

Sobre crianças
A parte mais polêmica das pesquisas de Kinsey tratava da sexualidade infantil. Colhendo depoimentos de homens pedófilos, o sexólogo montou tabelas de estimulação erótica em crianças. Veja algumas das informações que ele recolheu
• Um bebê de 11 meses teria tido 10 orgasmos em uma hora
• Uma menina de sete anos teria tido 3 orgasmos em uma hora
• Um menino de 13 anos podia chegar a 19 orgasmos por hora

O primeiro volume da pesquisa é recebido com grande entusiasmo
"As descobertas do Dr. Kinsey oferecem uma nova base para a compreensão do sexo. Precisamos revisar nossos conceitos morais e legais sobre o assunto."
The New York Times, 4/4/1948, após o lançamento de seu primeiro livro

"O doutor Kinsey colocou o sexo em pauta até na mesa de jantar. O sucesso da obra é merecido. Ela é revolucionária."
The New York Times, 16/5/1948. Comportamento Sexual do Homem já era um best seller

A reação do público e da mídia ao segundo livro, sobre mulheres, é menos entusiasmada
"Estamos em dívida com Kinsey por causa da sua contribuição à ciência. Trata-se, porém, de uma contribuição, e não de um tratado definitivo. Ao leitor, recomenda-se cautela."
Revista Time, 13/9/1953, após o lançamento de Comportamento Sexual na Mulher

A polêmica em torno de seu trabalho fez Kinsey perder o patrocínio
"Kinsey afirma que grupos religiosos têm feito pressão para que a Universidade de Indiana e a Fundação Rockefeller acabem com o patrocínio para seus estudos"
The New York Times, 6/5/1954, alguns meses antes de ele perder o patrocínio

"O presidente do Comitê para Assuntos Sexuais disse ontem que os fundos da Fundação Rockfeller para o Dr. Kinsey foram retirados porque seu instituto não solicitou uma renovação do patrocínio"
The New York Times, 24/8/1954, um dia após o sexológo perder o patrocinador

Nos cinemas:
Kinsey - Vamos falar de sexo - Direção e roteiro de Bill Condon. Lançamento: 11 de março

Na livraria:
Alfred. C. Kinsey: A Life - Ralph Keyes, St. Martin’s Press, EUA, 2004

Na Internet:
Kinsey Institute - www.indiana.edu/˜kinsey
The Institute For Media Education - www.djrudithreisman.com             

FONTE


 OUTRO TEXTO

Denílson
02/01/2004
nota:
Rate07
O professor de biologia Kinsey depois de estudar o comportamento das vespas por anos se vê precisando resolver um problema pessoal que o leva a estudar o comportamento sexual das pessoas. Kinsey consegue, através de entrevistas, produzir um rico relatório sobre a vida sexual da sociedade americana em meados da década de 40. Polêmicas, suas obras causaram angústia, irritação, alívio e desconforto por todos Estados Unidos. KINSEY é um filme que vai mexer com tabus, com hipocrisia e com uma realidade no mínimo peculiar. Mas trata também de paixão, aliás num curioso campo onde podemos separar muito bem "sexo" (objeto de estudo) e "amor" (aquilo que não se estuda). Como podemos observar na bela construção da personagem Clara McMillan (esposa de Kinsey), vivida por Laura Linney. Quem espera de KINSEY, um filme repleto de tons e tomadas mirabolantes, se decepciona. Bill Condon tenta ser real, as vezes até demais, por algumas vezes lento, em alguns momentos realiza uma ou outra boa analogia. O destaque fica mesmo para a bela atuação dos Atores Liam Neeson (Kinsey), Laura Linney ( Clara McMillan) e Chris O'Donell (Wardell Pomeroy) Com ênfase na ardente cena do beijo entre Kinsey e Wardell. Assistir Kinsey é, sem dúvida um exercício das nossas diferenças e das nossas igualdades É falar de uma sociedade que vem há séculos se montando e se moldando nos mesmos dilemas e se calando sobre os mesmos assuntos, oque nos torna cada cidadão coletivamente comum mas totalmente peculiar individualmente, tal qual as vespas.

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Lídia Puccettia
03/01/2004
nota:
Rate08
Bem, vou aproveitar o espaço para escrever sobre um filme que assisti nesses últimos dias. É interessantíssimo! Não sabia até então da existência desse professor "maluco" chamado Kinsey que revolucionou a visão sobre o sexo na década de 40. Achei incrível que numa sociedade tão puritana e racionalista, pudesse aparecer alguém como Kinsey para construir um projeto tão audacioso e incrivelmente bem justificado (na verdade essa foi a forma que tornou possível a existência do projeto - a razão no comando) Sem dúvidas a desmistificação do sexo teve efeitos sociais na cultura americana. Fiquei comparando o formato de pesquisa proposta por Kinsey e a proposta psicanalítica. Completamente distintos mas que como últimos esbarram naquilo que ainda não se sabe o amor. Enquanto Kinsey volta-se para as possibilidades do ato sexual para a melhoria da vida cotidiana. Freud volta-se para a linguagem para aquilo que não se diz, que se esquece como caminho da cura. Kinsey vai aos limites do prazer e Freud ao delírio do aparelho psíquico. Bem, o quero dizer com isso? Não sei. Talvez que a pesquisa de Kinsey cortou a censura pela ciência e Freud pelo delírio da psicanálise. Nesse caso só posso dizer uma coisa: eu também quero...

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Maria Améliaa
04/01/2004
nota:
Rate010
Filme excelente. Didático. Retrata a influência positivista da época no que diz respeito às pesquisas, muito rebatida hoje em dia, mas é atualíssimo ao trabalhar com identidades sexuais, tabu para muitos em 2005! Recomendo. Lindo, triste, assustador. Humano, oras!

Default thumb
Ramon Portela
05/01/2004
nota:
Rate010
Um filme excelente e antes de tudo atual! Sim, apesar de Kinsey ser um filme que se passa nas primeiras décadas do século XX, temos aí um brilhante enfoque em uma questão muito delicada que vai além do sexo, chegando, assim, a nos mostrar um moralismo exarcebado que deixou, e diga-se de passagem ainda deixa, muitas pessoas cheias de informações errôneas, criando comportamentos absurdos e medos sem fundamento... Nada mais atual, na conjuntura mundial em que, por exemplo, o medo contra um "Império do Mal" se criou para justificar invasões deliberadas ou mesmo, em determinadas ordens internas, um reavivamento quase repressivo da liberdade sobre o próprio corpo em que políticas já comprovadamente eficazes de prevenção contra doenças venéreas e mesmo para evitar a gravidez são abertamente reprovadas por governantes em favor da abstinência só para que estes ganhem o apoio político de setores mais conservadores da sociedade. O exemplo do Professor Kinsey é algo que cai sobre o mundo atual como "um tapa de luva de pelica", pois mostra um homem que se revolta contra toda um conjuntura repressora e resolve fazer um estudo totalmente científico sobre um dos atos mais essenciais à vida em si, o sexo, mesmo que isso signifique ser perseguido, perder amigos, comprometer sua própria família, tudo isso em benefício da humanidade. Quanto a escolha de Liam Neeson para o papel, nada me pareceria mais acertado, pois ele é, com certeza, um dos melhores atores em atividade em nossos dias. Não consigo conceber o porquê de esse filme não ter ganho a repercução que merecia.

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Jeferson
06/01/2004
nota:
Rate08
Muito bem dirigido e, principalmente, interpretado. Liam Neeson e Laura Linney estão excelentes neste que é, com certeza, um filme para se discutir. Falar de sexo hoje não é fácil, imagine em plenos anos 40. Com um orçamento modesto de 11 milhões de dólares, Bill Condon fez um filme sutil e honesto.

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Thaís Sagina
07/01/2004
nota:
Rate010
Assisti esse filme a primeira vez por acaso, sem saber do que se tratava, embora ja tivesse lido uma resenha tempos antes na Veja. Saí mudada, maravilhada, tanto que voltei no dia seguinte. Não necessiariamente mudada porque o filme apenas organizou minhas idéias. O que "Kisey - Let´s talk about sex" fez foi esclarecer melhor as coisas pra mim. Ver o sexo do ponto de vista biologico e não moral não sei ainda se é o melhor a ser feito, mas eu não tenho duvidas de que é muito importante ter também essa visão. Muitos de nós sofremos, em algum momento da vida ou durante ela toda, por causa do sexo: por falta de informação, por vergonha, por medo.. e "Kinsey" vem para nos ajudar. É uma pena que nas duas vezes que assisti o filme vi varias pessoas saindo da sala de cinema. É realmente uma pena que mesmo depois de 60 anos (Kinsey iniciou seu trabalho na decada de 40) as pessoas ainda não estejam preparadas para falar sobre sexo.