Pesquisa
Tradicional (modelo clássico de pesquisa) X Modelos Alternativos de Pesquisa
(Pesquisa Participante, Pesquisa Ação).
A pesquisa cientifica
independentemente de ser no modelo tradicional ou modelos alternativos pode ser
definida da seguinte forma
Pesquisa cientifica é “[...] o
processo formal e sistemático de desenvolvimento do método cientifico. O
objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante
o emprego de procedimentos científicos (GIL, 1994, p.43).
Características do Modelo Clássico de Pesquisa
1 – O pesquisador planeja, executa
e divulga a pesquisa. A população é
apenas “objeto passivo” da pesquisa.
1- Neutralidade
Pesquisadores devem ter uma atitude
de neutralidade em relação ao fenômeno pesquisa
2- Ser neutra, apolítica e
descomprometida;
3- Não envolvimento com a
população, pessoas e os fatos pesquisados;
4 – Objetividade – Controle das perempções, senso comum,
ideologias. Os resultados da pesquisa devem se basear nos dados empíricos
obtidos na mesma.
5 – Propõem o estudo dos fenômenos
sociais da mesma forma utilizada pelas ciências naturais.
Etapas do Método Clássico de
Pesquisa
De acordo com Gil a pesquisa
[modelo clássico] envolve grandes etapas: planejamento, coleta de dados,
análise e interpretação e redação do relatório (1994, p.50).
Cada uma destas etapas é dividida
em outras mais específicas:
Fase de preparação da pesquisa/ elaboração
do projeto de pesquisa
-
escolha e delimitação do tema (objeto) da pesquisa;
-
levantamento de dados básicos sobre o tema (objeto da pesquisa);
-
formulação do problema de pesquisa (perguntas norteadoras);
-
construção das hipóteses e/ou definição dos objetivos da pesquisa;
-
definição dos termos;
-
escolha das variáveis;
-
delimitação da pesquisa;
-
definição do universo da pesquisa e/ou amostra
-
seleção e elaboração dos métodos e técnicas de pesquisa;
-
teste (pré-teste) dos instrumentos e procedimentos de pesquisa;
Fase de execução da pesquisa
- coleta de
dados;
-
preparação dos dados para a analise;
-
analise e interpretação dos resultados;
-
conclusões (julgamento das hipóteses caso existam);
Redação dos resultados da
pesquisa/divulgação dos resultados
- redação da
versão preliminar de relatório de pesquisa, artigos e/ou comunicação cientificas,
painéis etc.;
- correção dos
materiais;
- elaboração de
versões finais;
-
divulgação/apresentação
Modelos Alternativos de Pesquisa Científica
(Pesquisa Participante, Pesquisa Ação).
1-
População pesquisada ou moradora na localidade onde a
pesquisa é realizada é “sujeito” ativo da pesquisa e não apenas “objeto da
pesquisa” ou mera observadora da mesma.
2-
Envolvimento dos pesquisadores, dos pesquisados e/ou
informantes (depoentes) no processo de pesquisa;
3-
População ou representantes da população pesquisada ou
do local onde é realizada a pesquisa participam ativamente da pesquisa;
4-
Realização de seminário e/ou ação escolhida e planejada
juntamente com a comunidade ou população do local onde a pesquisa é realizada.
5-
Caracteriza-se pela interação entre os pesquisadores e
os membros das situações pesquisadas;
6-
É comprometida com a minimização da relação entre
dirigentes e dirigidos;
7-
É voltada, sobretudo, para investigação junto à grupos
desfavorecidos, tais como os constituídos por operários, camponeses, indígenas,
favelados e moradores de periferias;
8-
Envolve posições valorativas, sobretudo do humanismo cristão
e de certas concepções marxistas.
9-
Realiza ações que resultam a conscientização da
comunidade sobre seus problemas.
Fluxograma (passos, etapas) dos Métodos Alternativos de Pesquisa.
De acordo com Gil (1993, p.126 e
132) é difícil determinar com precisão as etapas da Pesquisa Ação e da Pesquisa
Participante.
Podemos representar as principais etapas
destes tipos de pesquisa:
1-
Fase de estudos preliminares do local e/ou população
objeto da pesquisa ou onde será realizada a pesquisa; 2 - Fase de montagem da
pesquisa juntamente com a população que será objeto da pesquisa ou da região onde
a pesquisa será realizada ou representantes da mesma; 3 – realização de
seminário com a participação de pessoas significativas da população local,
pesquisadores e especialistas convidados para discussão e aprovação das
diretrizes da pesquisa (PA); 4 – coleta de dados; 5 - discussão, em Grupos de
Estudo, dos resultados da pesquisa (PP); 6 – escolha de ações para solucionar
problema considerado importante pela comunidade (PA); 7 – execução da ação
planejada (P A); 8 – divulgação dos resultados da pesquisa (P P e PA).
Criticas ao Método Tradicional de Pesquisa
1 – Apenas os dados coletados não
possibilitam chegar a evidências imediatas, para isto é necessário o auxilio de
elementos subjetivos ou da ação consciente do pesquisador;
2 – A objetividade é difícil de ser
obtida. Todo conhecimento do mundo é
afetado pelas predisposições do pesquisador;
3 - O pesquisador faz parte da
sociedade possui valores, concepções etc. que influenciam na sua prática;
“A neutralidade é uma postura farsante, por ingenuidade, ou por
esperteza. O engajado comete – logicamente – suas barbaridades, mas é pior
ainda cometê-las ingenuamente ou espertamente. O serviço instrumental
subserviente da ciência é seu pior engajamento, sobretudo para uma atividade que
se apregoa superior ao senso comum, capaz de avaliar tudo [...]” (DEMO,
1989, p.83).
“[...] A ciência tende fortemente a
ser instrumentalista, sobretudo na linha da produção tecnológica, desligando-se
de discutir os fins [...] este desligamento é artificial, ingênuo ou esperto, e,
sobretudo estratégico para o sistema, que sempre prefere o cientista competente
nos meios e isento nos fins” (DEMO, 1989, p.83).
1 - A teoria não pode ser subjugada
pela prática, pois esta sozinha não é critério exclusivo de verdade;
2 – Se desconhece o fato formal da
realidade e da atividade cientifica que precisa de método, de sistematização,
de rigor lógico, de competência formal, que nenhum ativismo substitui;
3 – Risco de desistir do uso da
lógica e do método, da teoria e da reflexão e cair no ativismo fanático,
fechado e pequeno.
“[...] a titulo de colocar o intelectual a serviço da comunidade, o reduzem a
mero codificador da identidade cultural local, como se a comunidade sempre
tivesse razão, ou se o saber especializado já não tivesse qualquer relevância”
(DEMO, 1989, p.83 - 84).
Considerações finais
Segundo Pedro
Demo
- deve-se buscar
um equilíbrio critico e autocritico entre condições objetivas e subjetivas;
- qualidade
formal e politica devem estar no mesmo patamar de relevância, bem como a teoria
e a prática “(DEMO, 1989, p.84).
Também deve-se
- deve-se sempre
levar em consideração o uso e o destino dos conhecimentos produzidos. Serve para que? Para quem.
- Utilizar,
mesmo no Método de Pesquisa Clássico, alguns encaminhamentos importantes dos Metodos
Alternativos, por exemplo:
- sempre que
possível informar a população pesquisada ou do local da pesquisa, os objetivos
da pesquisa; os resultados finais da pesquisa.
- buscar
realizar pesquisas que tenham alguma utilidade social e não apenas utilidades
acadêmicas.
Referencias Bibliográficas
DEMO, Pedro. Metodologia
Científica em ciências sociais. 2. ed.rev. ampl. São Paulo: Atlas, 1989.
GIL, Antônio
Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3.ed. SãoPaulo: Atlas, 1993.
___ . Métodos
e Técnicas de Pesquisa Social. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1994.